A maioria do mercado financeiro (88%) prevê que o início de queda da taxa básica de juros, a Selic, deve ocorrer ainda neste ano. Destes, 34% esperam um corte em agosto.
Os números fazem parte da pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (10). O instituto realizou 92 entrevistas com fundos de investimentos com sede em São Paulo e no Rio de Janeiro, entre os dias 4 a 8 de maio.
As expectativas de que os juros irão cair não estão somente em pesquisas, mas também na precificação dos juros futuros (o que o mercado acha que teremos de juros em um determinado período). Trouxemos aqui o gráfico da taxa de juros futuros de dois anos. Veja como a taxa cedeu desde novembro de 2022.
Em novembro de 2022 o mercado precificava que a taxa futura de dois anos seria de 14,96%, ou seja, que teria mais aumentos na taxa Selic que já se encontrava no patamar de 13,75%. No dia 01 de junho o mercado precifica 11,87%, ou seja, cortes na Selic de quase 2 pontos percentuais.
Esse movimento de queda de juros, em nossa visão, pode ainda ir muito além do que está precificado, por alguns motivos:
1 - A inflação brasileira está em queda. Os juros sobem para conter a inflação, quando ela mantém a tendência de queda, os juros tendem a cair. (link matéria)
2 – O arcabouço fiscal apresentado não é ideal, porém estabelece um limite de gastos, eliminado o risco de o Brasil se tornar uma Argentina no quesito orçamento fiscal. O novo arcabouço impõe um limite de gastos públicos, afetando diretamente nas expectativas de juros (um país com orçamento melhor, paga menos juros, por que diminui a probabilidade de um futuro calote).
3 – O Banco Central americano está próximo ou já chegou no fim do seu ciclo de normalização. A medida que o principal banco mundial sinaliza que vai parar de subir os juros, para o Banco Central Brasileiro isso é um indicativo de que se começar o processo de corte de juros, o diferencial de juros entre os países não diminua tão rápido diminuindo o risco de fuga de capital do Brasil para os EUA . (link matéria)
Antes de mencionar quais ativos temos para investir, vamos entender o que a queda de juros influência na economia. Neste tipo de cenário, o custo do capital diminui. Isso afeta diretamente em uma maior disponibilidade de crédito, maior consumo das famílias e investimento das empresas. Esse feito faz com que a atividade econômica aqueça, aumentando vendas, exportações, importações e contratações, consequentemente aumentando o lucro das empresas e a renda familiar, diminuindo a inadimplência e consequentemente o risco da economia.
Dado esse cenário, temos diversos investimentos que se beneficiam com a queda de juros. Desde o perfil mais conservador ao perfil agressivo. Segue eles:
Os títulos prefixados são ativos de renda fixa que você contrata uma taxa de retorno anual até o vencimento. Vamos supor que você invista em um título de renda fixa com vencimento de 4 anos com uma taxa de 12% ao ano. Caso nesse período o corte na Selic ultrapasse vá a 8%, você terá um ativo que estará rendendo 4% a mais que a Selic. Neste tipo de cenário, o mercado não terá emissões com o mesmo retorno e risco do seu investimento.
Dado esse cenário, seu ativo se valoriza pela marcação a mercado caso você venda antes do vencimento.
O mesmo vale para o título híbrido, como o título público indexada a inflação. Para os nossos clientes, tendemos a priorizar investimentos indexados à inflação pelo efeito de manutenção do poder de compra ao longo de anos.
No gráfico abaixo, pegamos o período de corte de juros do governo Temer, que começou no dia 19 de outubro de 2016 (taxa Selic estava em 14,3%) e terminou no dia 05 de abril de 2018 com a taxa terminal de 6,5% (link matéria)
Nesse período o índice IMAB5 (reúne os títulos públicos indexados a inflação com vencimento até 5 anos) teve um retorno (18,5%) superior ao ao retorno do CDI (14,7%) e d a inflação (4,32%)
A renda fixa vai além dos títulos públicos, podendo ter os títulos bancários, debêntures e outros na carteira. Você pode conferir a explicação de todos eles nesse artigo que fizemos.
Os fundos imobiliários se beneficiam de um ambiente de juros menores por dois efeitos. Primeiro sob a ótica das empresas inquilinas e devedoras dos fundos que se fortalecem, reduzindo o risco de vacância e inadimplência.
As empresas com um olhar mais confiante para o futuro, procuraram expandir, ter novos pontos comercias e de logística, além de alongar seus contratos vigentes, mantendo ou aumentando os aluguéis pagos mensalmente aos detentores das cotas dos fundos.
Tendo isso em vista o risco diminui e consequentemente o preço das cotas dos fundos imobiliários sobem.
Sob a ótica de custo de oportunidade, vamos supor que temos um fundo imobiliário que custa R$ 100 a cota e paga ao investidor R$ 0,80 de aluguel por mês, um rendimento mensal de 0,8%. Caso a taxa básica da economia suba para 1% ao mês, o custo de oportunidade de possuir essa cota aumenta, fazendo com que diversos investidores vendam derrubando o preço para próximo de R$ 80 e migrando para um investimento mais seguro que é o tesouro selic. Nesse cenário, o rendimento via aluguéis está próximo do custo de oportunidade de 1% ao mês.
Em um cenário de queda de juros, quando a taxa básica alcança um patamar de 0,7% ao mês, o custo de oportunidade diminui, gerando uma pressão compradora nos fundos imobiliários, aumentando o preço deles.
No gráfico abaixo podemos ver como foi o desempenho do índice de fundos imobiliários brasileiro (IFIX) no mesmo período descrito para os títulos de renda fixa. O IFIX teve um retorno (27,3%) bem superior ao retorno do CDI (14,7%) e d a inflação (4,32%)
Nossa equipe de analistas acompanha de perto esse mercado e traz uma carteira diversificada de fundos imobiliários de vários setores, como de galpões, lajes corporativas, imóveis urbanos e fazendas.
Investir em empresas em um ambiente de queda de juros é o mais indicado. Isso ocorre por diversos fatores. Primeiro, porque o custo de empréstimo diminui, gerando impactos positivos como uma menor despesa financeira (aumenta o lucro) e por uma maior facilidade ao crédito expandindo projetos e linhas de negócios (aumenta o lucro).
Além disso, o preço das ações normalmente fica depreciado, após um período de juros elevados e contração econômica.
Nesse cenário de queda de juros a melhora dos preços é generalizada, porém há alguns setores que se beneficiam mais do que outros. Em um estudo da equipe de análise do banco BTG Pactual, o aumento do preço alvo para uma redução de 10% do custo de capital tem impactos variados. O setor financeiro excluindo bancos é o mais beneficiado com essa redução.
No gráfico abaixo, nossos parceiros da gestora de recursos da Brasil Capital evidenciaram como o principal índice de ações brasileiro se comporta em relação a Selic. Veja no período de 2017 para 2021 como o índice avançou de maneira relevante.
No gráfico abaixo, comparamos o retorno do índice de ações brasileira (IBOVESPA) no mesmo período dos gráficos dos títulos públicos indexados à inflação e dos fundos imobiliários.
Veja que o retorno do índice de ações (34%) foi bem superior ao retorno do CDI (14,7%) e d a inflação (4,32%) no período. Vale destacar que nossos analistas acompanham uma carteira diversificada em diversos setores da economia tentando capturar as melhores oportunidades para os nossos clientes.
Por mais que a história possa se repetir, há diversos riscos inerentes a um ciclo de corte de juros. Podemos ver nos gráficos apresentados que o retorno não ocorre na data exata do corte e sim durante o período de normalização. Assim, sugerimos visualizar esses investimentos em específico com um horizonte de 3 a 5 anos pelo menos.
É importante frisar que a parte mais relevante de um investidor é entender o seu perfil de risco e seu horizonte de investimento. O perfil de risco ajusta a expectativa de retorno com a tolerância do risco dos investimentos. Já o horizonte de investimentos promove uma clareza do tempo de permanência do investimento para não correr o risco de resgatar antes do prazo.
Nossa equipe possui uma profunda experiência em entender os clientes. Atendemos mais de 150 clientes, com objetivos e perfis de risco diferentes.
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